ARRUME AS TROUXAS

Certo fidalgo pediu ao juiz Agostinho Petra de Bittencourt uma determinada casa. Ele deferiu o pedido. Depois o fidalgo quis casa melhor. Tornou a deferir. Depois exigiu mobília. Deferimento. Depois, mobília melhor. Depois, escravos para servi-lo.

Quando o fidalgo fez esta última exigência, o desembargador Petra levantou-se bruscamente. A sua esposa estava ali ao lado, e ele, num rompante, disse:

– Dona Joaquina arrume a trouxa. Este senhor já me pediu casas, mobílias, escravos, e com certeza vai me pedir mulher e eu só tenho a senhora, a senhora eu terei que lhe ceder, porque a lei não permite negar-lhe nada!