DEVOTO, MAS NÃO MUITO

Uns penitentes combinaram disciplinarem-se dentro de uma ermida extramuros da cidade. Quiseram convencer a certo libertino para que fosse também fazer penitência. Este aceitou a proposição, para fazer alguma coisa boa, mas como a flagelação o aterrorizasse, chegou à ermida uma hora depois do combinado.

Encontrando fechada a porta, espiou pelo buraco da fechadura, e como visse todos aqueles devotos chicoteando-se com estrépito, gritou desde fora:

– Meus irmãos, eu junto a minha intenção com a vossa, e uno-me convosco em espírito!