ENTRADAS E SAÍDAS

Em Lisboa no século XIV, era eleito anualmente um cidadão que chamavam pai dos meninos, para tratar da criação dos órfãos e enjeitados.  Certa ocasião, esse administrador, em poucos meses, tinha gasto toda a verba anual das crianças, obrigando-o a requerer uma suplementação. O presidente do Conselho da cidade ordenou-lhe então que apresentasse o livro de registro de “Entradas e Saídas”, para explicar o gasto do dinheiro.

O pai dos meninos – que era homem rústico, analfabeto e de poucas palavras –  então mandou vir uma das suas crianças e, apontando-lhe para a boca, disse: “Por aqui o dinheiro entrou…”; depois apontando para o traseiro do pequeno, disse: “E por aqui ele saiu…”