ORA PÍLULAS!

Um médico foi chamado para atender a um doente no campo. Prevenido da moléstia, levou consigo umas pílulas que deviam fazer bem ao paciente. Confirmado o diagnóstico, o médico entregou o remédio à esposa do homem, e disse-lhe:

– Isto não é nada. Dê-lhe uma dessas pílulas de hora em hora. Amanhã, estará bom.

– Mas, – disse a mulher, aflita e constrangida – é que não tenho relógio…

– E não tem um galo?

– Um galo?… Tenho sim, senhor.

– Então está servida: cada vez quer o galo cantar, dê-lhe uma pílula.

E saiu, prometendo retornar no dia seguinte. Ao retornar, o médico, encontrando a esposa do camponês de fisionomia prazenteira, indagou:

– Então, como vai o nosso homem?

– Muito bem, senhor doutor; mas o galo morreu.

– O galo morreu?! Mas, o que tem o galo com o remédio?

– Ora essa! Pois o senhor não me disse que cada vez que ele cantasse, lhe desse uma pílula? Foi o que eu fiz e, logo à terceira, foi-se.