POBRE INOCENTE
Altas horas da noite, a senhora Cunegundes ouve abrir a porta e como seu marido é useiro e vezeiro nas noitadas, arma-se de pau de vassoura e atira-se com denodo contra o noctívago:
– Canalha! Isso são horas de vir para casa? Toma, toma, patife. – E descarrega-lhe paulada sobre paulada.
– Piedade! – bradou aflito o agredido – olhe que eu não sou seu marido, sou um simples ladrão.