BOTICAS E BOTICÁRIOS
As velhas boticas (farmácias) dos tempos coloniais brasileiros eram antros sinistros, onde a maledicência fazia toca e o mexerico e a malícia eram as drogas de maior procura. Isso explica a quadrinha que corria no Rio:
A botica vende tudo
Vende da purga ao sudário
Só não vende, por cautela,
A língua do boticário.
Já em Porto Alegre, o jornal O Inflexível publicou o seguinte a respeito de um certo Pedro Boticário:
Não temos lá no inferno lagartixa
De mais nojo e fedor que esse maldito.
Na porta da botica baixa e escura,
Vomita só furor o sanguinário
Que um Bertoldo parece na figura.
Assusta só o ver seu ar nefário!
Enjeitado da gente mais impura,
É gordo, coxo, torto e… boticário!