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Lamentava-se um pobre homem:

– Eu não vivia de todo mal com o salão de costuras; porém – ai de mim! Minha mulher morreu e deixou-me sozinho no mundo!

Um homem que tinha um convidado à mesa, lhe enchia a taça com vinho mau, enquanto que servia-se do bom.

– Vale mais – disse o convidado – cheirar a vossa taça, que beber da minha!

Uns capuchinhos pegaram a um rapazola que lhes roubava frutas do pomar, e mandaram chamar seu pai para que lhe desse uma forte reprimenda.

– Preguiçoso, burro, imprestável! – disse-lhe este – não servirás para nada na vida. Se não te tornares capuchinho, vais acabar na forca.

Um sábio estudava em seu gabinete, quando entrou com estrépito um criado e lhe disse:

– Senhor! A casa está em chamas!

– A casa! – replicou mal-humorado o sábio – coisas da casa acerte com a minha mulher; já vos disse que não quero saber nada de assuntos domésticos!

– Te estive observando durante o sermão, esposa minha, e percebi como contemplavas muito carinhosamente a certo jovem louro.

– Que queres tu? Não ouviste como o pregador nos aconselhava a amar ao próximo?

O filósofo Ivan Lins contava que certo magistrado mineiro, grande amigo de estudar, logo ao se empossar como juiz de direito de Tiradentes, foi seriamente ameaçado de não poder ler sequer um livro, tal o número de pessoas do local que iam visitá-lo, após a missa, tomando-lhe às vezes, dias inteiros…

Não podendo escapar-lhes, adotou o seguinte espanta cacete.

Mal lhe chegava um visitante, perguntava-lhe se conhecia Lobão, o velho praxista lusitano, e, como fosse a resposta negativa, punha-se imediatamente a lê-lo em voz alta, enaltecendo-lhe os méritos…

No fim de certo tempo nenhum dos cidadãos locais o procurava mais, e diziam entre si:

– O Dr. Juiz é um moço muito distinto, mas um bocado maçante com suas leituras de Lobão!…