Arquivo da Categoria ‘De 1500 a 1600’

AFORA RATOS E BARATAS

Um bufão, percebendo a presença de ladrões em sua casa à noite, gritou-lhes:

– Amigos, não sei que coisas de valor vós podereis encontrar aqui na minha casa, no escuro, já que eu não encontro nada à luz do dia.

COMIGO FOI O CONTRÁRIO

Certo homem que só tinha um olho, tendo casado com uma rapariga que ele imaginava virtuosa, mas que não o era,  amargamente a recriminou por ter perdido a sua virgindade.

Ao que ela replicou:

– E por que eu devia eu estar intacta para ti, quando tu és meio cego, e não tens um olho?

– O meu olho eu perdi lutando com um inimigo. – respondeu o marido, magoado.

– Pois eu – retrucou a mulher- o que eu perdi, perdi para um amigo!

DIGA AO LUCAS

Certo cura novato, começou seu primeiro sermão com as palavras: “ O profeta Lucas, vos saúda! – como dizem as Escrituras…”. Mas, depois disso, ele esqueceu de tudo o que tinha decorado, e empacou, mudo. Passado certo tempo, um dos anciãos da igreja levantou-se de entre os fiéis e, dirigindo-se para a saída, disse:

– Aceite os meus agradecimentos, padre, e quando reencontrar Lucas, dê-lhe lembranças da minha parte.

CULTURA RELIGIOSA

O sermão de um capuchinho ignorante a uns camponeses, começou assim: “Meus irmão. A minha conversa de hoje  vai ser em três partes: a primeira parte eu entendo, mas vocês não; a segunda vocês entendem, mas eu não; a terceira nenhum de nós entende. A primeira é sobre como chamar o meu burro; a segunda é sobre a amneira de fazer manteiga; e a terceira é sobre a  Santíssima Trindade!…”

DIETA

Um curandeiro sempre costumava olhar debaixo da cama dos seus pacientes, a procura de vestígios de frutas, pães, queijos ou bolos. Se o doente piorava, ele dizia que era porque ele andara comendo coisas proibidas às escondidas.

Um dia, quando um homem que ele tratava piorara muito, o “doutor” olhou debaixo da cama do paciente e viu uns arreios de burro.

– Aí está, – exclamou ele, – não me admira que piorastes! Andastes comendo porcarias.

– Mas, o que foi que eu comi? – gemeu o acamado.

– Carne de burro, porque eu posso ver que só sobraram os arreios!

ÁRVORE PRECIOSA

Um homem, ouvindo um amigo lamentar-se porque a sua mulher tinha se enforcado no galho de uma figueira, lhe disse:

– Pois eu imploro que me dês uma mudinha dessa árvore, para eu plantá-la no pátio lá de casa.