Arquivo da Categoria ‘De 1800 a 1900’
MELHOR É DEMAIS
Um pai, que sonhava fazer da filha uma freira, não cessava de lhe repetir as palavras de São Paulo:
– “Quem casa faz bem, e melhor faz quem não casa.”
Até que a rapariguinha, a quem agradava mais casar com o namorado do que com Cristo, responde-lhe uma vez:
– Assim é, meu paizinho: mas tomara eu fazer o bem, que o melhor fará quem puder!
MULHER DE PALAVRA
Houve uma mulher que emperrou nos trinta anos; e notando-lhe um sujeito que havia dez anos que tinha a honra de conhecê-la, e lhe ouvira dizer que estava com trinta anos, saiu dessas talas com responder-lhe:
– Nisso mesmo mostro ser senhora de uma só palavra!
COMPRE TUDO
O escravo volta das compras e diz ao senhor:
– Meu amo, não foi possível comprar-vos pescada hoje.
– E por quê?
– Atravessou-se um advogado, e comprou a última que havia.
– Pois aqui tens quatro moedas: compra a pescada e o advogado!
NEM É GENTE
Num mercado público da corte, dizia um peixeiro a uma trapeira:
– Neste mundo não há senão quatro qualidades de gente: marotos, brejeiros, patifes e desavergonhados!
– Ora essa! – respondeu a trapeira. – E então eu?
– Você não é gente.
CORTE DE ELITE
A corte de D. João VI era de uma ignorância crassa. Era motivo de escárnio dos estrangeiros que viviam em Portugal, como a francesa Laura Permon, mulher do embaixador francês. Milord Tiranley dizia que, depois de tirar o que um espanhol tinha de bom, o que ficava era um português – Isto dizia enquanto era embaixador em Portugal!
OS RAMOS BRAGANÇA
José do Patrocínio certa vez escreveu, atacando a casa real, que a família Bragança se dividia em dois ramos: os broncos e os idiotas!