Arquivo da Categoria ‘De 1800 a 1900’
DOUTOR EDUCADO
Certo doutor indo de jornada, ao chegar a uma cancela que estava cerrada, avistou um matuto e gritou-lhe:
– Psiu! Olá! Abra essa cancela!
– E quem é o senhor para mandar-me desse modo? – acudiu o matuto.
– Eu sou um doutor.
– E que vem a ser doutor?
– É um homem que entende e sabe de tudo.
– Pois então deve também saber abrir cancelas. – disse o matuto, voltando-lhe as costas.
POR SERVIÇOS PRESTADOS
No Brasil, o rei D. João VI recompensava os amantes de sua mulher com a comenda de Torre-e-Espada, mas não podendo dizer o porquê da condecoração, escrevia “por justos e particulares motivos que tenho presentes”. O povo, porém, dava-lhe razão: quem se encarregasse de atender aos anseios amorosos da horrível Carlota Joaquina, poupando-o desse fardo, devia mesmo ser gratificado!
É O AMOR!
A vida de D. João VI e de Carlota Joaquina talvez tivesse sido a mais desarmônica de um casal. Não era dizer que não se amavam – odiavam-se. A mulher fazia tudo para contrariar o marido; o marido tudo fazia para danar a mulher.
AÍ VEM MINHA AMADA
Consta que certo dia em 1800, D. João VI, para que seu coche não se cruzasse com o da sua mulher, Carlota Joaquina, teria gritado ao cocheiro: “Volta para trás! Vem aí a bruxa!”
NÃO TINHA CARA DE BURRO
Escreveu a francesa Laura Permon, mulher do embaixador de Junot em Portugal: ”Mas o indubitável é que D. Miguel não é filho de D. João VI. Aliás, tão pouco se parece com sua mãe, nem com nenhum membro da família Bragança, o que também se observa nos outros filhos da princesa do Brasil”
UM ESTRANHO NO NINHO
O que levou um cortesão da época a afirmar que o rei devia olhar os seus rebentos com a admiração de uma galinha que chocou ovos de pata.
Um dos versos populares que corriam a respeito na época, era o seguinte:
Miguel não é filho d’El-rei D. João
É filho do João Santos (cocheiro) da quinta do Ramalhão.