Arquivo da Categoria ‘De 1800 a 1900’
QUERO DIZER…
Um cavaleiro tremendamente distraído almoçava com um amigo e a irmã deste, que era viúva e jovem. Sentindo-se mal essa senhora, o cavalheiro deu a entender que bem que seria gravidez. Porém o amigo ofendeu-se, e disse rispidamente:
– Minha irmã está viúva há três anos!
– Perdoe-me vossa mercê, – desculpou-se o cavalheiro, atrapalhado -, eu tinha entendido que ela era solteira…
VIVA O FALECIDO!
Liam o testamento de um tio, na presença de seu sobrinho, a quem ele deixara uma muito rica herança. E a cada artigo do testamento, erguia-se o sobrinho e saudava entusiasmado: Meu querido tio, viva vossa mercê muitos anos!
E o seu “querido tio” havia sido enterrado um dia antes.
CABO DE ESQUADRA
Um cabo de esquadra, que havia sido condenado à morte, quis escrever à sua mulher para dar-lhe tão triste notícia. Como a sentença fosse ser executada na sexta-feira, e só ao sábado chegaria a carta à sua mulher; escreveu-a ele na quinta-feira, como se tudo já tivesse acontecido: “Querida esposa, depois de desejar-te uma saúde tão boa como a que agora gozo, te direi que me enforcaram ontem, entre as onze e as doze da manhã; graças a Deus tive uma morte muito boa e vi com satisfação a alegria que esta causava aos espectadores. Recorda-te de mim. Teu marido que te ama até a morte.”
Pior é que a notícia saiu falsa, pois ele foi perdoado, mas a sua mulher, julgando-se viúva, contraiu novas núpcias com um vizinho com quem já andava de namoricos…
LEVOU
Três estudantes que viajavam montados em burricos, encontraram no caminho três cavalheiros que iam a cavalo.
– Como vão os burros? – perguntou um dos cavalheiros, de má fé.
– A cavalo, – responderam os estudantes.
EXPLICADO
Três advogados, voltando de uma festa no campo, encontraram um carroceiro na estrada. Como estivessem de bom humor, perguntaram-lhe por que o cavalo do meio estava tão gordo, e os outros dois tão magros:
– É que – respondeu o carroceiro, que sabia quem eles eram – o primeiro é advogado, e os outros são clientes dele.
BENGALA PARA USAR
O letrado Sampaio, advogado muito jocoso do sécilo XIX, recolhendo-se uma noite muito tarde para sua casa, foi assaltado por ladrões, que lhe roubaram o dinheiro, o relógio, e tudo que tinha algum valor, deixando-lhe por acaso a bengala que trazia na mão.
Já os ladrões se iam retirando, quando ele os chamou. Voltaram perguntando-lhe o que queria.
– Quero – lhes respondeu o letrado –, que levem também esta bengala, por duas razões; a primeira porque tem castão de ouro, que sempre vale alguns tostões; a segunda, para com ela me sovarem, se me tornarem a encontrar a estas horas da noite só pelas ruas.