Arquivo da Categoria ‘De 1900 a 1950’

MÃO-DE-OBRA

A freguesa pergunta ao seu Joaquim da quitanda:

– Quanto custam estas alfaces?

– Quinhentos réis cada uma.

– Upa! Por que estão tão caras?

– Por causa da mão-de-obra.

NÃO PODE VER

O novo-rico retorna de seu passeio à Europa, e um conhecido lhe pergunta:

– Então, sr. doutor, está satisfeito com a sua viagem aos Alpes? Uma bela região! Que lindos panoramas!

– Bela região… lindos panoramas… sabe uma coisa? Não vi nada disso, as montanhas não deixam ver nada.

CIENTELA

Um médico dedica-se ao espiritismo e passa uma parte do tempo a fazer invocações dos mortos.

Um colega do esculápio comentou o caso assim:

– O caso é natural. Gosta de conversar com a clientela.

NÃO ADMIRA

Uma senhora comprou um par de botinas muito caro, como artigo de primeira qualidade, mas ao fim de oito dias uma das botas estalou, e ela correu a censurar o sapateiro.

 – Já sei o que é, – disse o sapateiro sem se desconcertar – a senhora calçou-as e andou com elas,… não me admira!

BOM ESTAREM NO RIO

No salão de Madame X, conversa-se sobre costumes exóticos.

– Na China, – diz um cavalheiro que havia viajado muito – as amizades selam-se com uma chávena que se quebra.

Neste momento, Rosália, que vem servir o chá, atira com as xícaras ao chão.

– Felizmente não estamos na China, quando não seria obrigado a conservar esta criada até o fim da vida.

NÃO ERA O MOMENTO

Um inveterado patife, em artigo de morte, consentiu em receber o padre embora fosse descrente.

O padre dirigiu-se ao moribundo:

– Vamos meu irmão, renuncie ao diabo que o tem tentado e…

– Renunciar ao diabo, – resmungou o incrédulo – Ah! meu padre, imagina, então, que neste momento, eu estou em estado de fazer inimigos?