Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

SOPORÍFERO

Numa audiência em Fortaleza, um famoso hipnotizador era acusado de furto. A certa altura, disse este em sua defesa:

– Se eu quisesse podia fazer todos aqui dormirem!

Quintino Cunha, que acompanhava a audiência, interveio:

– Não é preciso, deixe isso a cargo do seu advogado!

OUTRA COISA

Quintino Cunha fazia uma viagem de trem para Canús, mas no meio do caminho fez uma parada em Iguatú. Era o dia da inauguração do novo prédio do Foro. Alguns colegas, ao encontrarem Quintino na estação, convidaram-no para participar da solenidade.

Mal humorado, Quintino perguntou:

– Quem é o juiz?

– É o Doutor Fulano.

– Esse é burro! O promotor?

– Sicrano.

– Grande cavalgadura! E o advogado?

– Beltrano.

Desdenhoso, Quintino torceu o nariz e resmungou:

– Isso não é um Foro, é um desaforo!

NÃO PEÇA!

Quintino conversava numa roda de amigos, quando se aproximou um pedinte estendendo as magras mãos a um e a outro. Ninguém deu atenção ao pobre. Quintino, tomado de piedade, procurou em todos os bolsos um níquel passando-o ao desgraçado.

Deus lhe favoreça; vou suplicá a Nosso Senhô…

– Não! Não peça nada a Deus para mim! Peça para você mesmo…

Depois que se afastou o agradecido mendigo, ele esclareceu aos circunstantes:

– Se ele tivesse prestígio junto a Deus, não estaria nessas condições!

O CAVALO

De Quintino cunha:

                        – O mérito, em declínio, é sempre oriundo

                        De um suposto valor:

                        O Cavalo foi tudo, neste mundo,

                        Desde escravo a Senhor!

 

                        Na Arábia, foi herói; na Grécia, Trono;

                        Em Roma, Senador!

                        Hoje, no mais humílimo abandono,

                        Mal chega a ser Doutor!

BEABÁ SERTANEJO

Os paraenses, fazendo troça de um cacoete verbal dos cearenses, costumavam dizer que, pelo método de ensino do Ceará, o professor ensina assim:

B cum a, diz-que é ; b cum é, diz-que é bé; b cum i, diz-que é bi; b cum ó, diz-que é bó ; b cum u, diz-que é bú: – diz-que é bá, diz-que é bé, diz-que é bi, diz-que é bó, diz-que é bú…

ASNÓRIO DUQUE

Em 1909, foi adotada a letra de autoria de Osório Duque Estrada, para o Hino Nacional Brasileiro, causando enorme polêmica. Afora o fato de a maioria das pessoas não entenderem a significado de determinados termos, há frases cacofonias e afirmações duvidosas: “heróico brado”, “deitado eternamente”, “quem te adora a própria morte”…

Monteiro Lobato em critica à letra, disse que o Hino continha “maravilhosas mentiras sobre as nossas coisas. Mais estrelas tem o nosso céu – tolice astronômica. Mais flores têm os nossos campos – tolice botânica. Mais amores nossos corações – tolice sexual.”

Por essas e outras, Alberto Ramos publicou num jornal o seguinte:

                                   Mestre Osório, o epigrama é coisa leve e alada,

                                   Tu, pedante, o teu verso é giboso e massudo

                                   Em pouco digo muito, em muito dizes nada

                                   Se digo: Osório é um asno! Digo tudo.