Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

QUASE A MESMA COISA

Em encontro na rua, o peralvilho amaneirado, de fraque, bengala e monóculo; diz à senhora sua conhecida:

– Não tive o prazer de vê-la na minha conferência de sábado, sobre a Estética do Flerte.

– Ah! É pena não poder ter ido. Mas, fui ao cinema ver uma fita interessantíssima: Manias de um Toleirão.

BESTEIROL

Aparício Torelly, quando jovem, certa vez visitava a cidade de Bagé. Caminhava pela rua central, acompanhado de um amigo que era morador local. E perguntava a ele respeito das pessoas que lhe chamavam a atenção:

– Quem é aquela feiosa que vai ali?

– Qual? Aquela? Tem quatro léguas de campo…

– Mas que riquinha!…

– E estas duas, quem são?

– A de fora é daqui da cidade, a de dentro é de fora…

-Ah!…

– Quem é esse cavalheiro?

– Fazendeiro.

– Tem muito campo, muito gado?

– Não. É vendedor ambulante de fazendas.

ERA O MÁXIMO

Um jovem advogado amigo de Álvaro Moreira estreou no júri, defendendo um assassino que não tinha defensor. Acusou o promotor. Rebateu o advogado com veemência na defesa do réu.

Os jurados foram decidir e condenaram o réu a trinta anos de prisão. Deixando o tribunal, o jovem defensor dizia, indignado, a Álvaro que o acompanhava:

– Trinta anos! Trinta anos! Com uma defesa daquelas!…

– É , mas que é que você quer? – respondeu Álvaro. – Não há pena maior…

ESTAVA SABENDO

Numa noite muito escura, Álvaro Moreira e o também poeta Pedro Velho, seguiam por uma rua mal iluminada, em Porto Alegre. Eles tinham bebido um bocado, e a rua estava em conserto, toda alagada da chuva que caía.

De repente, Álvaro Moreira, que seguia na frente, avisou:

– Olha, toma cuidado, a rua está cheia de buracos.

Ao que Pedro Velho, que seguia atrás, respondeu:

– Eu sei. (e a voz subia): – Eu sei, já estou dentro de um!

MULHER PERDULÁRIA!

José do Patrocínio Filho, apesar de ter um bom emprego, andava sempre com os bolsos vazios. E explicava:

– Claro! Ganho bastante, e para quê, se a minha mulher tem a mania de pagar contas? É todos os meses a mesma coisa: tanto para o vendeiro, tanto para o padeiro, tanto para o quitandeiro, tanto para o açougueiro, e a lavadeira, a água, a luz, o gás… Assim não é possível!

SÓ UM MOMENTINHO

Passeavam tranquilamente os amigos Jacob e Abraão pelos arrabaldes da cidade… De repente, encontraram com uns bandidos que os obrigaram a pôr as mãos para cima e lhes exigiram todo o dinheiro que levavam… Então, o velho Abraão disse aos ladrões:

– Concedei-me, cavalheiros, uns momentos: – antes de dar-vos o dinheiro tenho que saldar um compromisso com Jacob…

Aceita a trégua, Abraão tirou do bolso cem mil réis e disse a Jacob:

– Aqui tens o dinheiro que eu te devia…