Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

HOMENAGEM

Sátira de Manuel Inácio da Silva Alvarenga ao Conde de Resende, quando vice-rei:

                                   O nosso ilustre Narciso

                                   Conta hoje mais um ano

                                   Mostra o tolo o fio ao pano,

                                   A todos causando riso;

                                   Na prudência e no juízo

                                   Anda sempre para trás;

                                   Cada dia é mais rapaz,

                                   Nem lhe serve isso de afronta

                                   Pois quanto mais anos conta,

                                   Maiores asneiras faz.

POR NECESSIDADE

Um caloteiro foi pego em flagrante por um credor, comendo peru, e desculpou-se:

– Veja V. Exa. a minha situação: estou sendo obrigado a comer o peru porque nem dispunha de milho com que o sustentar…

PARA QUÊ?

O Visconde de São Lourenço era cego de um olho.

Havendo construído um grande prédio na Rua de Matacavalos, hoje Riachuelo, fizeram-lhe uns gaiatos o seguinte epigrama:

                                   Comer nozes e não ter dentes

                                   É coisa que mete dó,

                                   De que servem tantas janelas,

                                   Para quem tem um olho só?

MEIA ENTRADA

No Recife, em 1775 abriu-se na Rua da Cadeia Nova, a Casa da Ópera. Foi nessa que Garrafús, tipo popular, filho de um sapateiro, assaz conhecido por suas gaiatices, fez uma delas, querendo bancar “carona”… Como só tivesse um olho são, porque o outro fora vazado numa briga, quis entrar no teatro pagando meio bilhete. O porteiro reclamou. Ele não era mais menino.

Porém Garrafús respondeu com espírito:

– Como só tenho um olho e, portanto, só vejo metade do espetáculo, devo gozar um abatimento de 50%…

É SIMPLES:

O poeta Nicolau Tolentino sendo um dia procurado por um mau trovador, este lhe mostrou dois sonetos pedindo-lhe que dissesse qual deles era melhor, porque o queria oferecer a uma senhora de sua paixão. Tolentino, lendo o primeiro, respondeu que fizesse presente do segundo.

– Mas, – continuou o versejador – como pode vossa mercê decidir assim se ainda não viu o outro?

– Não é preciso, – respondeu Tolentino – é impossível que ele seja pior do que este.

DEPENDE

Uma noite em que Nicolau Tolentino recolhia para casa, tarde como era seu costume, um oficial da ronda apresentou-lhe uma pistola ao peito, perguntando-lhe para onde ia; ao que ele respondeu com todo o sangue frio:

– Se o senhor der ao gatilho… para o outro mundo; senão… para a minha casa.

O oficial riu-se e Tolentino retirou-se sossegado.