Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’
AO CONTRÁRIO DE OUTROS…
Num certo prédio de Ouro Preto, após a Independência do Brasil, foi afixada uma placa com os dizeres: “Aqui Morou Gonzaga”. Como um dos moradores que o sucederam nessa casa fosse notório caloteiro, com dívidas por toda a cidade, um maroto acrescentou embaixo, à tinta: “Mas pagava o aluguel!”
DIRCEU DE MARÍLIA – MEMÓRIA CURTA
Quando o poeta Tomás Antônio Gonzaga foi preso, estava por dias o seu casamento com a linda “Marília”, que ele fizera o ídolo da sua lira, e a quem jurara nunca esquecer na vida. Mas… pouco tempo depois de chegar ao degredo, em Moçambique, casa-se com uma mulata rica, dona Juliana se Sousa Mascarenhas, mulher grosseira, sem instrução, sem beleza e sem graça!
MARÍLIA DE DIRCEU – MORTE LENTA
Reza a tradição que, tendo Tomás Antônio Gonzaga sido degredado para Moçambique, em conseqüência do fracasso da Inconfidência Mineira, Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, a célebre “Marília de Dirceu”, morreu de saudade!…
Contudo o povo de Ouro Preto nunca deu grande atenção à lenda, lembrando que se assim foi, ela pelo menos morreu “bem devagarzinho”, já que viveu até os oitenta e cinco anos e três meses!…
VAGABUNDO!
O famoso Conde da Cunha, primeiro vice-rei do Brasil, supervisionava o descarregamento de materiais para a casa de armas do morro da Conceição, quando avistou em uma janela, ao alto, um homem envolvido em vasto camisão, tendo na cabeça um grande barrete de dormir.
– Quem é aquele sujeito? – perguntou o vice-rei a um indivíduo que estava ao seu lado.
– É o capitão João Homem Pereira.
– Vá buscá-lo e traga-me o assim como está vestido.
Compareceu o capitão.
– Está vossa mercê na sua janela a divertir-se vendo o vice-rei trabalhar, não é assim? – gritou-lhe o Conde.
– Senhor…
– Pois carregue tijolo, que eu também estou servindo a El-rei nosso senhor.
E o capitão João Homem teve de entrar mesmo em serviço, carregando tijolos até o fim do dia, vestido de camisão e barrete de dormir…
Em carta ao rei de Portugal, o Conde da Cunha escreveu: “Os naturais do Rio de Janeiro distinguem-se pela preguiça…”
O “ONÇA”
Luís Vahia Monteiro foi governador e capitão-geral do Rio de janeiro. Ranzinza como ele só, o que mais fez durante o seu governo, foi reclamar. Em uma carta ao rei de Portugal, D. João V, declarou: “Nesta terra todos roubam; só eu não roubo”. O que não impediu que ele fosse descoberto desviando dinheiro público para o seu engenho…
Afinal, enlouqueceu no cargo, tornando-se ainda mais ranzinza, genioso e até violento. Por essa razão foi apelidado “o Onça”; daí originando-se o termo “no tempo do Onça”.
A MAIORIA
Por caçoada, um rei ordenou ao seu bobo da corte:
– Quero que me digas quantos loucos há nesta cidade.
– A lista, Senhor, – respondeu o bobo- será um pouco extensa…
– Toma, pois cuidado ao fazê-la, e que seja ela bem exata, disse o soberano.
– Eu como sou inimigo de trabalho, por me poupar a ele, vos vou fazer a lista dos sãos (que será bem curta), e por ela podereis calcular o número dos idiotas!…