POETA GOZADOR

Pelo Rocio afora ia Bocage correndo uma tarde de 1795. Como havia rumores de revolta no norte do país, tudo quanto era extraordinário se tornava suspeito.

Além disso, Bocage ia gritando:

– Novas! Novas! Há novas!

Muita gente, na boa fé, seguiu Bocage correndo. Na Rua do Ouro, iam atrás dele mais de quinhentas pessoas. Bocage seguiu até ao Terreiro do Paço, e aí subindo a um banco do cais, rodeado de muita gente, pediu silêncio. Todos se calaram, para ouvir as “novas”, mas Bocage, mostrando as botas que trazia calçadas disse:

-Novas, compradinhas agora mesmo.