EVIDENTE!
O Marinho e o Soiza eram dois portugueses que se estabeleceram com o mesmo ramo comercial, café em xícaras, na mesma avenida, no Rio. Um bem em frente ao outro.
O Marinho, chamando um pintador de paredes, mandou pintar, com tintas de corres berrantes, sobre as portas: Um ramo de café, uma santa e uma cruz de Malta.
O Soiza, que lá do seu estabelecimento tudo observava, interpelou o patrício.
– Ó Marinho! Que raio de borradela estás por aí a fazeire?
– Borradela, nada homain! Não bês logo a iarte e a ciência com que isto foi imaginado?
– Não t’entendo.
– Tão fácile: um ramo de café, uma santa e uma cruz: Café Santa Cruz!
– Tu tens um talento de três estalinhos!
O Soiza que gostara da idéia do colega, assim que o pintor se desocupou mandou chamá-lo. No outro dia aparecia vistosa na parede do Soiza a seguinte pintura: Um pé de café, uma nuvem e um boi sobre a nuvem.
O Marinho, ao ver aquilo, gritou para o concorrente:
– Ó Soiza! Que raio de marmelada é essa aí?
– Marm’lada nada! Não bês logo? Café Voi nos Aires!