MACABRO
Rui Barbosa viajava pelo interior a cavalo, quando deu com um rio, em que não havia ponte. Para cruzá-lo, as pessoas só podiam contar com a canoa de um preto velho.
Rui aproximou-se do homem e disse-lhe:
– Ó varão etíope! Careço de teus préstimos para dar prosseguimento à marcha, eis que obstruído pela líquida barreira!
– Como é que é, patrão?!… – respondeu o barqueiro.
– Ignaro! Digo: o quanto exiges de remuneração pecuniária para transladar-me sobre a massa hídrica, deste pólo àquele hemisfério?
O preto esbugalhou os olhos e arrepiou-se:
– Credo, patrão! Pro cemitério? Eu não!…