SOPA DE PEDRA
Um frade mendicante, pedindo pouso na casa de um avarento, foi mal recebido. De má vontade o sovina cedeu teto, mas disse não dispor de nenhuma janta.
O frade, porém, declarou que apenas pedia uma panela e um lugar à lareira. Iria buscar água ao poço, e, graças a uma receita só por ele conhecida, faria com uma pedra, uma deliciosa sopa.
Esta declaração excitou viva curiosidade no sovina, que pensou: “Está aí uma coisa que interessa aprender!”
O frade escolheu um calhau, lavou-o, e o pôs ao lume. Depois provou. Faltava sal. O avarento providenciou o sal. “E não haveria uma cebola, para dar um gostinho?” – perguntou o frade. O avarento prontamente tratou de conseguir uma.
Instante depois tornou o frade: “E se tivesse umas folhas de couve e um pouco de toucinho? Então é que a sopa de pedra ficaria um acepipe”. Novamente o dono da casa trouxe o que fora pedido, no afã de descobrir a fórmula de tão econômica alimentação.
De pedido em pedido, obtidas uma batata, duas cenouras, uma coisa e outra; ficou excelente a sopa milagrosa do frade, que foi dormir de barriga cheia.