JUSTIÇA DO REINO
No Distrito Diamantino, em Minas Gerais, o intendente dos diamantes, José Meireles Freire, era apelidado o “Cabeça de Ferro” pela sua teimosia. Devia ser talvez “Cabeça de Oca” ou “Cabeça de Pau”. O português não aceitava a menor contradição; se errava, nunca reconhecia o erro!
Certa vez, tendo ordenado o despejo de certo indivíduo, acusado de ser contrabandista, na minuta que entregou ao escrivão, por engano, escreveu o nome de outro homem. O escrivão passou o mandado, mas, na ocasião da execução reclamou, mostrando o equívoco que tinha havido.
– Ah, agora deixe assim!…Execute-se esse mandado, – respondeu o Cabeça de Ferro, ao ser avisado do erro – e lavre-se outro para o verdadeiro culpado.
– Mas, o homem é inocente! – tentou argumentar o escrivão.
– Ora, que se lixe…