MORRER SIM

Saindo uma tarde El-Rei D. João III do Convento da Graça, fazia parte da comitiva real D. Álvaro de Castro, governador de Lisboa. Estava o dia frigidíssimo e de muito vento e chuva; e como todos viessem descobertos, exclamou D. Álvaro de Castro, voltando-se para o Monarca:

            – Senhor, o bom português é obrigado a morrer pelo seu Rei, mas não vejo porque se há pegar um resfriado – e ao dizer isto, cobriu-se sem mais cerimônia.