O DOUTOR TAMBÉM?

Um ilustre advogado paulista e professor de português era um amantíssimo defensor da boa lingüística. Falar errado para ele era um crime de lesa pátria, que não perdoava a ninguém.

Certa vez, no Fórum Criminal, ele assistia como advogado de uma das partes, a um sumário de culpa a que respondiam duas amamentadoras de crianças, por terem produzido uma intoxicação alimentar em bebês.

– Qual a sua profissão? – perguntou o juiz a uma delas.

– Nós semos ama de leite, seu dotô… – respondeu ela.

O advogado lingüístico não se conteve. Interveio, corrigindo-a:

Semos, não; nós somos!…

As duas acusadas olharam, atônitas, para o seu defensor e, num sorriso, responderam:

– Uai! Gentes! Não sabiava que o dotô também era…

– Que horror! Sabiava, não; sabia!…

– Como hovera de sabê… se seu dotô é home