O FIAPO
Vinha certo dia Emílio de Menezes pela rua, quando foi abordado por conhecido “mordedor”. O homem gentil, honrando a espécie entrou a “alisar” o fraque negro do poeta, sacudindo com arte as partículas de poeira que descobria na roupa.
Avistando um fiapo, removeu-o enquanto dava o bote:
– Estou, meu caro Emílio, numa “prontidão” única! Arranja-me aí uns dez mil réis…
O poeta, após o natural sobressalto, protestou:
– Dez mil réis?!…
E apontando a gola do casaco:
– Põe já o fiapo de volta!