MANHA

Já tinham dado as doze de uma noite escura. João não havia comido nada e dava-lhe vergonha pedir.

Chegou por fim à casa de um amigo e chamou.

O amigo assomou à janela perguntando:

– Quem é?

– Homem, sou eu… Queres fazer-me o favor de… de atirar-me um alfinete?

– Um alfinete? Com a escuridão da noite não vais vê-lo cair na calçada.

– É verdade… Olhe, para que não se perca, crave-o num pedaço de pão, e arremesse.