TEIMOSA

Uma mulher turrona insistia em chamar o seu marido de “piolhento”, deixando-o furioso. Não adiantava que ele, pedisse, implorasse, ameaçasse, ou – afinal –  lhe aplicasse tremendas surras. Ela continuava chamando-o: “Piolhento!… piolhento!…

Até que um dia ele perdeu as estribeiras, e a atirou dentro de um poço.

A mulher submergia e vinha à tona várias vezes, e a cada vez que vinha a tona, gritava: “Piolhento!”

Antes de morrer afogada, ficou ainda uns segundos apenas com as mãos fora d’água. Mas esfregava as unhas dos polegares um no outro, fazendo o gesto de quem esmaga piolhos…