TENHA PIEDADE!

Artur Guaraná foi companheiro de Paula Nei. Morreu na mais extrema miséria. Nei quis honrar a memória do amigo com um enterro de luxo, e, para isso, ganhou a rua, pedindo ajuda a um e a outro, com a lista na mão. Ao conseguir a quantia suficiente, fez o enterro.

Quando o caixão ia descendo à sepultura, um daqueles cacetes discursadores, puxou um maço de folhas escritas do bolso do casaco, e tentou iniciar um discurso:

– Minhas senhoras e meus senhores!…

Nei botou a mão na boca do orador, gritando:

– Não estrague o enterro do rapaz!