TERRORISTA AVÍCOLA

Proclamada a República, imediatamente começou uma era de revanchismo e perseguições políticas, onde não faltou o ridículo.

Constou no Rio que alguns conspiradores projetavam fazer voar, pela dinamite, o túnel grande da estrada de ferro Central do Brasil. E, como era preciso atribuir a alguém a concepção do atentado, ela foi logo atribuída a Emílio Ruède, um pacato criador de galinhas.

O raciocínio cartesiano dos sábios da Polícia Secreta deverá ter sido este: “O dinamitador pretende fazer voar tudo pelos ares! Ora, quem voa pelos ares são as aves. Galinhas são aves; logo, o dinamitador é um criador de galinhas! Claro como água…