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NÃO ERA O MOMENTO
Um inveterado patife, em artigo de morte, consentiu em receber o padre embora fosse descrente.
O padre dirigiu-se ao moribundo:
– Vamos meu irmão, renuncie ao diabo que o tem tentado e…
– Renunciar ao diabo, – resmungou o incrédulo – Ah! meu padre, imagina, então, que neste momento, eu estou em estado de fazer inimigos?
COMUNISMO
Entre bolchevistas:
– Há de chegar o dia em que ninguém trabalhará… e nós então, havemos de ter criados para nos servirem.
APRENDIZ
Um transeunte é abordado por um pequeno de oito anos que lhe pede esmola.
– Começas cedo, hein?
– É que o meu pai quer que eu aprenda o ofício a fundo.
EMPREENDEDOR
Dois homens mal arranjados estão em frente à vitrine de uma ourivesaria.
– E dizer-se que, ha dois anos, abri uma pequena relojoaria, na Rua da Carioca.
– Tu?!!!
– Abri-a com uma gazua… e fui preso.
NÃO SE PREOCUPE…
A patroa para a cozinheira:
– Joaquina, amanhã dou um baile, e você precisa mostrar-se à altura.
– Descanse, minha senhora: sei dançar o “fox-trot” e o tango, como poucas.
O UMBIGO
Um cavalheiro que tinha um furúnculo no pescoço e não desejava que lhe o vissem, usava uns colarinhos bastante altos. Certa vez foi a um barbeiro para que lhe raspasse os queixos e recusou-se a tirar o colarinho. O Fígaro resmungou, mas não teve remédio senão servir o freguês assim mesmo.
– Usa a barba escanhoada?
– Sim, senhor – respondeu o cliente.
O oficial para cumprir o seu dever conscienciosamente, puxava a pele, ora de um, ora de outro lado, e lá ia escanhoando a barba. Mas num desses movimentos, viu a ferida e não se esquivou a exclamar:
– O sr. tem um buraco aqui.
– Ao tempo que o senhor está a puxar-me pela pele, deve ser o umbigo.