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PARA SEMPRE
Dois cavalheiros parados numa esquina vêem passar, com sua dama de companhia, uma senhora ricamente trajada, porém muito feia. Diz o mais velho ao outro, que dilapidou toda sua fortuna:
– Case-se com essa feia, que é muito rica. A beleza desaparece!
O outro:
– Sim; porém… A feiúra permanece!
CAUSA DA FALTA DE CRIADOS
Farto de ver muitos pais de candição modesta gastarem tudo o que tinham, para darem às filhas o estado de Freiras e aos filhos o de Padres, em vez de tornarem-se mães e pais de família; o Arcebispo de Braga, D. José de Meneses, certa vez respondeu a um comerciante, que queria meter a filha num convento:
– Vossa mercê tem caixeiro?
– Sim, excelência.
– Então case-a com ele!
TESOUREIRO DE ARAQUE
Manuel Faria e Sousa (1590-1642), criticava a tendência que se verificava, na sua época, de os artesãos preferirem que seus filhos estudassem, a seguirem as suas profissões – com prejuízos para a agricultura, a indústria e o comércio. Havia um ministro da Corte, filho do maior mestre de fazer tesouras da vila de Guimarães, a que chamavam o “filho do tesoureiro”. “Não do Tesouro Real, mas das tesouras de Guimarães”- comenta desdenhoso, Faria e Silva. “Só serviu de fazer maior o número de Ministros, e talvez seria admirável artesão se seguisse o ofício do pai”!
S. PEDRO
D. João III discutia, por brincadeira, com sua mulher, a rainha D. Catarina, se S. Pedro era português ou espanhol.
El-rei dizia:
– Era português.
A rainha, advogando a honra da sua pátria, exclamava:
– Era espanhol.
Nisso entrou na sala o conde de Vimoso, e D. João III perguntou-lhe:
– Que te parece?
– É Sua Majestade a Rainha quem tem razão: São Pedro era espanhol, porque se fosse português, não negava a Cristo!
EM CASA
Um militar – feio, musculoso, cabelo à escovinha, grossas sobrancelhas – de folga no domingo, foi ao jardim zoológico. Lá chegando, dirigiu-se ao guarda e perguntou:
– Onde é a gaiola dos macacos?
O guarda, muito zangado, respondeu:
– Ora bolas! Se não sabia voltar, por que saiu?
HOMEM FORTE
Exibe-se no circo um homem forte, que faz uma série de peripécias: vergar uma barra de ferro, erguer um peso enorme, derrotar dez homens no cabo-de-guerra, etc.
Em determinado momento, o mestre de cerimônias do circo berra:
– Hércules é o homem que matou um boi com um murro!
Um espectador exclama:
– Não me admiro! Eu para o trem com uma mão só!
– O senhor também é halterofilista?
– Não! Sou maquinista.