Arquivo da Categoria ‘De 1500 a 1600’

A capitania de Ilhéus foi comprada por um certo Lucas Giraldes, juntamente com vários engenhos de açúcar. Depois de certo tempo, seu administrador, de nome Thomazzo, enviou-lhe longa correspondência relatando as dificuldades que vinha encontrando, e as razões pelas quais a produção de açúcar não era a que o patrão esperava.

Giraldes respondeu-lhe curto e grosso:

– Thomazzo, queres que eu te diga? Mande o açúcar e deixe de conversa!…

Tendo El-rei D. Sebastião perecido na batalha de Alcácer-Kibir, na flor da idade, sucedeu-o no trono o tio e cardeal D. Henrique. Ao falecer este, em 1580, como fosse clérigo, não deixou filho, permitindo que o trono português fosse ocupado por Felipe II, de Espanha. Os portugueses, amargurados por terem passado ao domínio espanhol, vingaram-se de D. Henrique declamando a quadrinha popular:

Viva El-rei D. Henrique,

Nos infernos muitos anos!

Pois deixou em testamento,

Portugal aos castelhanos.

Um comerciante judeu ofereceu a um cristão uma estatueta de ouro de S. João, pedindo cinqüenta moedas de ouro por ela.

O cristão respondeu:

– Homem! Certamente demonstras ser mais esperto que os teus antepassados. Pedes tanto pela imagem de um mero discípulo, quando eles venderam o mestre e senhor deste mesmo João, e rei dos judeus, por apenas trinta moedas de prata!

Um homem, procurando o corpo de sua mulher que havia se afogado no rio, ia no sentido contra a correnteza. Um sujeito que o observava, vendo isso, o aconselhou a procurá-la na direção oposta.

– Isso seria o certo para qualquer outra pessoa, mas não a minha mulher! – respondeu o marido –  Ela era muito teimosa, e sempre era do contra. O cadáver dela  só pode ter subido rio acima!…

Um famoso pintor tinha filhos muito feios. Um amigo que jantava com ele certa ocasião, disse, ao conhecer as crianças:

– Os teus filhos não são tão belos como os teus quadros.

Ao que o pintor replicou:

– Isto é verdade, porque eu faço os meus filhos no escuro, mas as os meus quadros eu faço à luz do dia.

Um abade extremamente gordo, caminhando em direção a uma cidade uma tarde, perguntou a um camponês que encontrou no caminho:

– Meu bom homem: achas que eu consigo passar pela porta da cidade?

Ele queria saber se conseguiria chegar à cidade antes da porta ser fechada, mas o camponês, fazendo pilhéria da obesidade do religioso, respondeu:

– Se até uma carroça de feno consegue passar pela porta, então por que não o senhor?