Arquivo da Categoria ‘De 1500 a 1600’
GATO POR LEBRE
O Duque de Aveiro tinha prometido enviar uma galinha a Camões, em paga de uns versos que lhe encomendara, mas acabou lhe mandando um pedaço de carne de vaca. Camões respondeu com este poema humorístico:
Já eu vi o taberneiro
Vender vaca por carneiro;
Mas não vi por vida minha
Vender vaca por galinha
Senão ao duque de Aveiro.
CONVERSA FIADA
Gil Vicente, pai da dramaturgia portuguesa, deixou textos de sátira, como este dirigido a alguém que o encontrando em dificuldades, foi pródigo em conselhos e contido em ajuda financeira:
“Diz lá o exemplo velho
Dá-me tu a mim dinheiro
E dá ao demo conselho.”
Ou como dizia um bordão popular da época: “Mais vale um toma, que dois te darei.”
DE CONVERSA…
Gil Vicente, pai da dramaturgia portuguesa, deixou textos de sátira, como este dirigido a alguém que, encontrando o poeta em dificuldades, foi pródigo em conselhos e contido em ajuda financeira:
“Diz lá o exemplo velho
Dá-me tu a mim dinheiro
E dá ao demo conselho.”
Ou como dizia um bordão popular da época: “Mais vale um toma, que dois te darei.”
SE É ASSIM…
A Santa Sé considerava-se no direito de dispor dos povos e das terras. Em recompensa por serviços prestados à Igreja, os papas costumavam doar estados que já tinham dono, e sobre os quais eles não tinham nenhuma autoridade.
Certa vez, estando em Roma D. Sancho II, assistindo a um consistório, ouviu aplausos ruidosos e notou que a assembléia se voltava para o seu lado. D. Sancho perguntou ao intérprete, o que significava aquilo.
– Senhor, – disse o intérprete, – Sua Santidade o papa, acaba de vos nomear rei do Egito!
– Não devo ser ingrato, – disse D. Sancho com ironia, – pois levanta-te, e proclama o Santo Padre califa de Bagdá…
ESPÍRITO CRISTÃO
O pároco de Sagres, em carta dirigida aos seus superiores em Lisboa, em 1573, queixava-se das difíceis condições que enfrentava para exercer seu ministério. Tinha emolumentos funerários, mas os paroquianos infelizmente quase não morriam – lamentava-se ele. Mas tinha esperança que Deus o ajudasse, matando mais gente…
PEDIDO RAZOÁVEL
Andando El-rei D. Sebastião à caça, chegaram-se para cumprimentá-lo dois Corregedores, a quem o Rei disse:
– Amigos, eu tinha muita vontade de vos ver correr.
Responderam os magistrados:
– Senhor, nós só sabemos correr atrás dos ladrões.
Então o Rei lhes retorquiu:
– Pois bem, então correi um atrás do outro!…