Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’
LOGO HOJE?
Era costume de D. Francisco de Almeida, depois segundo conde de Galvêas e íntimo de D. João VI, comparecer ao paço com a barba por fazer. Um dia, o monarca observou-lhe:
– Pois nem hoje, dia dos meus anos, D. Francisco, fizeste a barba?
– Por que não fez Vossa Majestade anos anteontem, que foi o dia em que me barbeei? – retrucou o fidalgo.
EM LUGAR ADEQUADO
Barba por fazer, casaca mal posta, apareceu D. Francisco de Almeida, segundo conde de Galvêas, no Paço, em uma das festas de Don João VI. À barriga, pela altura do cós do calção, faiscava a sua comenda de uma das grandes ordens portuguesas do tempo.
– Que é isso, Senhor conde? – observou-lhe, espantado, um dos ministros.
– É aí, então, que pondes a vossa comenda?
– É aí o lugar, filho – retrucou, indiferente, o fidalgo.:
– As condecorações andam tão por baixo, que eu, para andar na moda, pus a minha à cintura!
DUPLO SENTIDO
Na província, certo dia um Sr. Joaquim apareceu improvisadamente na casa do Sr. Manoel, seu vizinho:
– Está cá o Sr. Manoel? – perguntava ele ao criado, quando o pretendido lhe apareceu improvisadamente.
– Olá, Senhor compadre, vinha à sua casa para me fazer o favor de emprestar-me os seus arreios.
O compadre não respondeu. Entrou na casa, vindo pouco depois com os arreios na mão:
– Aqui os tem; veja se lhe servem.
ENCARREGADO OFICIAL
Sentindo-se D. Pedro I doente, ordenou que chamassem o médico Antônio Ferreira França, o qual compareceu prontamente.
Durante a visita o imperial enfermo sentiu sede, e o Dr. França, que nada entendia da etiqueta da corte, encheu um copo d’água e ia dar-lhe, quando um dos camaristas o deteve bruscamente, dizendo-lhe que não lhe cabia aquela honra, que só a ele competia dar água ao Imperador.
No dia seguinte o Dr. França voltou ao Paço, e sucedeu que estando sozinho com o monarca, este manifestou o desejo de urinar. O “criado mudo” estava-lhe ao alcance da mão, mas o Dr. França resolveu vingar-se: correu à porta do quarto, e, as mãos em concha, gritou para o corredor:
– Quem é o do penico! Quem é o do penico!
BEIJA MÃO SUÍNO
D. João VI definitivamente não era a pessoa mais higiênica do mundo. Não consta que jamais tenha tomado banho, cheirava mal, usava as mesmas roupa sebosas (carregava frangos fritos nos bolsos) e sujas por meses a fio.
Certa vez Manuel Pais de Andrade, ainda jovem, estando no Rio de Janeiro, foi levado ao Paço por um tio. Logo que D. João VI surgiu na sala de recepções, as pessoas adiantarem-se para beijar-lhe, reverentes, como era do protocolo, a mão do soberano.
Pais de Andrade ficou firme, à distância. À saída, disse ao tio:
– Não beijo a mão de um homem como eu. Além disso dum homem porco e repugnante que não as tira do alçapão das calças!
TINHA SUA LÓGICA…
Um zarolho apostava contra um homem que tinha excelente vista, que via mais do que ele. A aposta foi aceita.
– Ganhei! – exclamou o zarolho. – Eu vejo dois olhos e você não vê mais que um.