Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

NÃO SABES DE NADA…

Retornando de uma viagem, um sujeito consultou um adivinho para saber como estava a sua família.

– Eles estão todos muito bem, especialmente o seu pai, respondeu o adivinho. 

– Mas meu pai já faleceu há dez anos! – retrucou o homem.

– Ah, claramente tu não sabes quem é teu verdadeiro pai – disse o adivinho.

NÃO MUDARAM NADA

Indo um barbeiro mui falador fazer pela primeira vez a barba do rei, e vendo que este não falava, lhe disse:

            – Senhor, barbeio de diversos modos; como quereis que vos barbeie?

            – Calado. – respondeu o rei.

QUASE!

Um comerciante que tinha fama de ser muito sovina quis adestrar o seu burro para que ele perdesse o hábito de comer. Ao morrer-lhe o animal, ele se lamenta:

            – Que lástima, justamente quando tinha aprendido a não comer, ele morreu!

O REI NÃO ERA BOBO

Um espertalhão, que se gabava de ter achado o segredo de fazer ouro, requeria ao Rei uma recompensa. O Rei, protetor das Artes e Ciências, pareceu concordar com o pedido, e já o charlatão estava certo de que tinha alcançado a mais sólida fortuna. Apertou pela recompensa, e o Rei mandou dar-lhe uma grande bolsa, dizendo:

– Visto que ele sabe fazer o ouro, não carece mais do que de lugar onde o guardar.

ENTRADAS E SAÍDAS

Em Lisboa no século XIV, era eleito anualmente um cidadão que chamavam pai dos meninos, para tratar da criação dos órfãos e enjeitados.  Certa ocasião, esse administrador, em poucos meses, tinha gasto toda a verba anual das crianças, obrigando-o a requerer uma suplementação. O presidente do Conselho da cidade ordenou-lhe então que apresentasse o livro de registro de “Entradas e Saídas”, para explicar o gasto do dinheiro.

O pai dos meninos – que era homem rústico, analfabeto e de poucas palavras –  então mandou vir uma das suas crianças e, apontando-lhe para a boca, disse: “Por aqui o dinheiro entrou…”; depois apontando para o traseiro do pequeno, disse: “E por aqui ele saiu…”

BRINCANDO DE DEUS

Certo dia ensolarado, um homem que arava um campo, parou numa sombra para descansar. Vendo no céu voando os pardais, e as vacas presas no pasto, pôs-se a filosofar:

– Está tudo errado! Onde já se viu pardal, que é tão pequeno e inútil, ter toda essa imensidão para voar? E a vaca, tão grande e tão útil para o homem, a arrastar seu corpanzil dentro de um pasto cercado? Está errado! A vaca é que devia voar!

Nisto, sentiu algo na cabeça e, passando a mão, verificou que um pardal lhe “sujara “.  E, caindo em si, considerou:

– Não… Nosso Senhor está certo… Graças a Deus que as vacas não voam!