Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’
BRIGANDO COM O PAR
Um cavalheiro quis bailar em certa reunião, porém dançou tão mal, que fez rir a todos os presentes. Um amigo seu, disse defendendo-o, que se o cavalheiro dançava mal, brigava bem. Ao que respondeu outro:
– Pois que brigue sempre, mas não dance nunca.
PLATÔNICO É CHATO
Um jovem, de formosa presença, amava a determinada senhora de complexão vivíssima; e querendo, em certa ocasião, obsequiá-la com um galanteio honesto, disse-lhe:
– Senhora, vos amo toda como requer Deus.
E ela, a quem não servia tal espécie de amor, lhe replicou:
– Pois me ame toda como requer o diabo.
(Nueva Floresta)
ADVOGADO
Um lavrador tinha cinco cavalos, um deles muito gordo, e os outros quatro muito magros. Perguntando-lhe um advogado, que se admirava daquela diferença, a causa de tal novidade.
– Cessará vossa admiração – respondeu-lhe o lavrador – quando soubéreis que o cavalo gordo é o advogado, e os outros seus clientes.
JEJUM
Certo prelado almoçava quando chegou certo abade. Oferece um, recusa o outro.
– E por quê? Diz.
– Em verdade, almocei duas vezes.
Torna primeiro:
– Isso é comum; almoce três.
– Não, não posso que hoje é dia de jejum.
VIDA NOTURNA
Um cego pedindo esmola, e dizendo-se-lhe que viesse em outro dia, respondeu:
– Eu não tenho dia, ando sempre de noite.
ANTISEMITISMO
Quando os reis da Espanha, Fernando e Isabel, expulsaram os judeus de seu país, deram-lhes apenas o espaço de quatro meses para a saída. Muitos deles solicitaram e obtiveram a permissão de entrarem em Portugal, pela extensão da fronteira e facilidade de trânsito, que lhes proporcionava mais pronto e acessível refúgio.
Contava uma anedota (apócrifa, maldosa e preconceituosa) da época, que os comissários, por eles enviados a Portugal teriam escrito que deviam vir porque a água já era deles (o comércio marítimo), a terra boa e os habitantes parvos; que o resto em breve deles seria também.