Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

E O CAPETA

Pediram ao cônego Januário da Cunha Barbosa para orar em uma festividade, e ele, com o seu talento cumpriu a missão, deixando a platéia comovida.

Não tendo, porém, recebido nada pelo sermão, dirigiu-se ao indivíduo que o incumbira de pregar, e pediu-lhe o honorário do trabalho.

– Não tenho dinheiro, meu cônego; – disse-lhe o sujeito – nem sei quando o terei. Ah! Cada um sabe de si e Deus cuida de todos…

– E o diabo de alguns! – respondeu o cônego, furioso.

HOMEM EDUCADO

O embaixador de Portugal fora convidado para assistir a uma conferência na Academia Brasileira de Letras. Aconteceu o inesperado. O diplomata da nação amiga, homem idoso e doente, pôs-se a dormir ostensivamente em plena palestra.

Comentário do Barão de Itararé (Aparício Torelly):

– Como se vê é um homem fino. Dormiu só para fingir que escutou o discurso.

RETORNO DE PEDRO I

Quando Milton Campos foi governador de Minas, teve como secretário, Pedro Aleixo. Quando alguém ia pedir ao Dr. Milton qualquer coisa ou reclamar alguma providência, S. Excia. ficava muito sério, batia no ombro do postulante e dizia-lhe:

– Muito bem, mas preciso falar com o Pedro, primeiro.

Ou então:

– Não poderei atendê-lo, sem falar com o Pedro, primeiro.

O Barão de Itararé (Aparício Torelly), disse que Milton Campos tinha restaurado a Monarquia em Minas Gerais, “pois quem pretendesse realizar qualquer coisa, teria sempre que falar com Pedro, primeiro”

QUESTÃO DE CLASE GRAMATICAL

Um padre resolveu certa vez dar conselhos ao boêmio Paula Nei, e, citando o mistério da Encarnação, falou no Verbo. Nei o interrompeu:

– O Verbo é o verbo amar.

O sacerdote não entendeu:

– O Verbo é Deus.

E Nei:

– Não, padre. Deus é substantivo.

ENFIM ENTENDERAM

Nestor de Holanda conta a história do alfaiate cearense que se instalou em Londres, com uma grande tabuleta na porta do estabelecimento: “Mr. Paiva”.

Os fregueses só o chamavam “Peiva”.

Ele trocou a tabuleta para “Peiva”.

Os fregueses passaram a chamá-lo “Piva”.

Ele mudou para “Piva”.

E, aí, voltou a ser “Paiva”…

A VELHA

Orlando Silva foi cantor das multidões. Aonde ia, os admiradores o acompanhavam, aos gritos e desmaios. E Orlando citava sempre, com o maior carinho, sua bondosa e virtuosa genitora, dona Balbina, porque, filho extremado, não era raro era visto em companhia da respeitável senhora.

Um dia ele foi pagar a conta da Light. O homem do guichê exigiu que ele apresentasse a conta velha, do mês anterior:

– Amanhã, traga a velha, para confrontar.

No dia seguinte, ele apareceu com dona Balbina.