Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’
NOVO TECIDO
Uma tarde, Orlando Silva apareceu no Café Nice, vestindo bonita camisa de seda. O compositor e médico Alberto Ribeiro, ao verificar que o cantor suava demais, apontou sua camisa molhada e comentou:
– Não estás suportando esta canícula.
Orlando achou linda a palavra. Momentos depois, outro amigo se aproximou e elogiou a camisa:
– Bonita seda!
Orlando protestou:
– Seda, não. Isto é canícula, no duro!
QUEM NÃO QUER?
No tempo dos programas musicais ao vivo, no rádio, Roquete-Pinto, que era diretor da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, ouviu, certa noite, o popularíssimo Francisco Alves cantar:
– “Eu quero uma mulher bem nua, bem nua, etc.”
Telefonou para a emissora e mandou suspender o programa.
No dia seguinte, o seresteiro foi falar com ele:
– Dr. Roquete, estou meio aborrecido, porque o senhor cortou minha audição.
– Fui obrigado, Chico.
Disse por quê:
– Uma mulher bem nua todos nós queremos. Mas não se pode anunciar isso pelo rádio.
COISA VELHA
Certo poeta mostrou versos seus a Heráclito Graça. Este leu a papelada, e, depois disse:
– Quer um conselho? Pendure a lira no salgueiro e desista.
O poeta rebelou-se:
– É porque você não entende disso. Meus versos são novos.
– Novos?! – fez Heráclito. – Engano seu. Desde menino ouço dizer que asneira é coisa velha!
SENADOR “AINIGMÁTICO”
Num comício, na Paraíba, da campanha eleitoral do senador Ruy Carneiro, no qual tomou parte o deputado padre Medeiros Neto, este, como todo político do interior que se preza, improvisou:
– O senador Ruy será eleito. Porque ele tem o “R” da Renúncia, o “U” da União e o “Y”… e o “Y”…
Engasgou-se, mas completou:
– … o “Y” do ainigma grego.
SEU EUCLIDES
Nos anos 40, em que os programas musicais no rádio eram ao vivo, com auditório, certa vez foram vários artistas de fama nacional, a São José do Rio Pardo, em excursão. Lá, entre outras coisas, visitaram a casa em que Euclides da Cunha viveu, em 1898, enquanto construía uma ponte. Ali, ele terminou “Os Sertões”, sendo o prédio conservado como relíquia.
O diretor os recebeu, servindo de guia. À saída, o Maestro Chiquinho, feliz da vida, cumprimentou o diretor, num agradecimento:
– Muito obrigado por tudo, seu Euclides da Cunha. Gostei muito da sua casa!…
POR ESSE PREÇO…
Uma jovem aldeã tinha vivos desejos de casar-se, e para isso suplicou à sua ama que a dotasse, ainda que fosse com pouco, para que ela pudesse encontrar marido.
Deu-lhe, com efeito, aquela, cem reais, e com isto a boa moça saiu à procura de quem a quisesse.
Passados alguns dias, apresentou-se ela diante de sua ama, para participar-lhe seu próximo casamento. Com ela, um moço rotundo, gorducho e avermelhado, e com a cara mais feia do mundo.
Ao vê-lo, a ama não pode deixar de chamá-la de lado, e dizer-lhe:
– Mas, isso é o que fostes achar para marido?!
– Ora! – replicou a moça – e o que queria a senhora por cem reais?