Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’
O CARTEIRO
Tendo Arthur Azevedo fracassado na tentativa de emagrecer praticando a equitação, alguém comentou:
– Se você tivesse andado a pé teria dado melhor resultado…
– Também andei…
– E deixou de andar?
– Deixei… Por causa de um carteiro de Jacarepaguá…
– Um carteiro?
– Sim… É imenso… Muito mais gordo do que eu. Perguntei-lhe se sempre fora assim. “Não, senhor – respondeu – só depois que comecei a ser carteiro”.
CAFUNDIOU-SE
Em 1883, o vapor belga “Copernicus” naufragou perto da cidade do Recife. Os objetos salvados do naufrágio, principalmente fazendas, que foram dar à praia, logo foram postos a venda nas lojas de tecidos que atendiam às classes menos abastadas.
Certa vez entrou um matuto numa loja de fazendas finas da cidade, e agradou-se de uma peça de chita do fabricante “Weiss-Fries”, de Mulhouse, na França. Chamando o vendedor, disse-lhe:
– Quero levá esse pano do vapô cafundiou-se.
O vendedor, com grande empáfia, explicou-lhe, porém, que aquele tecido não era salvado do naufrágio; que a loja não trabalhava com aquela espécie de fazenda.
Ao que o matuto, que lia alguma coisa, apontando para a etiqueta onde estava escrito “Mulhouse”, protestou:
– Oh! Seu freguê? Pois vosmicê diz que não tem fazenda do vapô cafundiou-se e aqui diz “molhou-se”! Se não qué vendê antonse diga!
E lá se foi o homem pela porta afora, indignado, a procura de fazenda “do vapô cafundiou-se”!
IDADE DE CRISTO
Numa roda de senhoras, conversava-se sobre idades. Uma de cinqüenta exclama, com afetação:
– Eu cá não oculto meus anos; tenho a idade de Cristo.
– 1886 anos! – diz, à parte, um malicioso.
MUITO MAIS JOVEM
Um velho, sendo apresentado a uma velha de nome Vitorina, diz já ter conhecido uma senhora com esse mesmo nome há trinta e dois anos.
– Já deve ser da minha idade, então… – observou a velha trejeitando.
– Sim, se vossemecê anda pelos setenta…
– Setenta! Deus nos acuda!… Pois eu tenho lá setenta anos?! – responde a velha, indignada.
– Então quantos anos tem vossemecê?
– Fiz sessenta e nove há seis meses.
COMO É QUE É?
Durante o Segundo Império, o vetusto Jornal do Commércio informou a seus leitores que D. Pedro II, ao convalescer de uma queda do cavalo, “saiu de seus aposentos apoiado em duas maletas”. O público, que já não levava muito a sério o nosso imperador, a quem chamavam de Pedro Banana, delirou com a notícia, fingindo não perceber que o jornalista obviamente queria escrever muletas.
No dia seguinte, com uma digna humildade, o jornal resolveu pôr uma pedra sobre o assunto, publicando uma errata em que admitia o engano e concluía: “Com efeito, o que escrevemos foi que Sua Majestade saíra de seus aposentos, amparado em duas mulatas”.
“ENGENHEIRO”
Visitando certa cidade, o velho e magnânimo D. Pedro II foi banqueteado, sentando-se à mesa com os grandes senhores de engenhos de cana.
Escolhido pelos donos de engenho, um distinto engenheiro que depois foi notável professor da Escola Politécnica, produziu belíssima saudação.
O Imperador, agradecendo, disse que não podia terminar sem saudar a nova e já brilhante engenharia nacional.
– Da mea parte muito obrigado! – aparteou um dos “engenheiros” de cana de açúcar…