Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’

CONTINUA?

Tinha um sujeito um velho conhecido, que vira pela última vez no dia lutuoso em que lhe tinha ido assistir ao enterro do progenitor. Passaram-se anos, e encontrando-o um dia por acaso na rua, depois de efusivos cumprimentos, ia perguntar, amável e distraído:

– E seu pai…

Mas logo, recordando-se repentinamente do infausto sucesso:

– Hum… continua… morto, não é verdade?

AÍ ERA TARDE

Em plena rua, um sujeito em despreocupado bate-papo com um conhecido, pergunta-lhe:

– Quando conheceste a mulher com quem te casaste?

– Quando já não adiantava mais. Foi depois da lua-de-mel que ela quebrou toda a louça e me deu os primeiros tabefes.

TORTURA LENTA

Um capuchinho, que era pregador peregrino, chegou a um povoado para fazer um sermão. Subiu ao púlpito, fechou os olhos e começou a soltar a verborragia, que ameaçava não terminar nunca. Todos os fiéis foram escapulindo, um a um, até que não restava na igreja mais que o pregado e o sacristão, encarregado de fechar as portas.

E como este tampouco tivesse paciência para aguardar o fim da predicação, chegou-se ao capuchinho, apresentando-lhe o molho de chaves e  dizendo:

– Fazei-me o favor de fechar as portas quando terminares!

POR SORTE

Um fidalgo gostava de tratar diretamente com a gente do povo, a quem dava bastante liberdade. Uma manhã recebeu em seu palácio a visita de um leiteiro. Sabendo que o fidalgo sempre tinha notícias frescas da da Corte, o rústico perguntou-lhe as novidades:

– Ontem, na Corte, – disseu-lhe o nobre, querendo fazer troça do outro – um leiteiro e seu burro foram arrojados no rio.

– Pois então, senhor; devemos dar graças a Deus por vivermos aqui! – respondeu o leiteiro.

EM FRALDAS

Um judeu, para evitar as perseguições a que seu povo estava sujeito, resolveu fazer-se batizar, tornando-se converso ou cristão-novo. Perguntou então a um amigo cristão que traje deveria por para a cerimônia.

– Meu querido amigo, – retrucou-lhe o outro – não posso aconselhar-te nesse ponto, pois nós nos batizamos em cueiros!…

CUIDADO!

Um sargento montava guarda num posto e, como tivesse passado a noite anterior na gandaia, caia de sono e precisava muito dormir. Mas morria de medo do tenente, que podia chegar a qualquer momento.

Chamou então um dos recrutas e lhe disse:

– Olhe aqui idiota: fique cuidando, e me desperte assim que vir chegar o tenente! Ouviu?!…

O soldado raso fez continência e ficou à espreita.

Várias vezes, da cama, o sargento perguntou pelo tenente; já que de tão preocupado não conseguia pegar no sono. Finalmente, vencido pelo cansaço, dormiu.

Pouco depois chegou afinal o tenente ao posto e, o recruta acercou-se dele respeitoso, dizendo-lhe:

– Senhor tenente, em bela encrenca o senhor se meteu! O sargento já perguntou pelo senhor umas dez vezes!