AMIGO
Viajava um sujeito pela província, e ao passar por certa cidade, perguntou-lhe o corregedor :
– Amigo; o que se diz na Corte?
– Missas.
– Não, amigo; quero dizer: que ruídos se ouve?
– O das carruagens.
– Não pergunto isso, amigo, senão: o que há de novo?
– A lua.
– Amigo, – prosseguiu o juiz – diga-me ao menos vossa mercê como se chama?
– Os tolos me chamam de amigo; e na Corte me chamam por meu nome.