HUMOR MILITAR
Entre a soldadesca brasileira que participava da Guerra do Paraguai, era hábito, como em todos os exércitos, e em todas as eras; inventar pilhérias e atribuí-las a certos oficiais.
A principal vítima dessas gaiatices era um velho brigadeiro, tão conhecido pela bravura como pela ignorância. Dele se contava que, ditando ao secretário a parte relativa a um combate, dissera: “Não se esqueça de escrever que o inimigo fugiu tomado de terror pândego!”
A conversa deste brigadeiro era uma série de batatadas, como se dizia então no Exército. De uma formosa rapariga por quem um oficial fazia grandes sacrifícios, referia: “Aquela rapariga sustenta um luxo asinático”, asiático, queria exprimir o bom homem. Casa aritmeticamente fechada, casa de genealogias verdes, eram coisas que lhe atribuíam entre muitas outras.
Por exemplo, relatavam que uma vez fizera com ar pesaroso a seguinte observação, ao contemplar enormes rolos de fio telegráfico, deixados numa estação pelos paraguaios:
– Que pena não nos poder servir tudo isto!
– Mas por que, General?
– Ora e que palerma! Não passariam senão palavras em guarani!