DE ALTO COTURNO
Dois homens haviam sido condenados à forca por roubo. Juntos se encontravam em um calabouço, quando lhes foram lidas as sentenças.
O escrivão leu a sentença do primeiro, onde constava que ele seria enforcado pelo roubo de um saco de pregos.
– Vejam que reles! – exclamou o segundo – dar a vida por pregos!
Ao ser lida a sua, e a chegar ao parágrafo que dizia “pena de forca pelo roubo de dez mil reais”; acariciou a barba, alisou os bigodes, e voltando-se para seu companheiro, disse-lhe com superioridade:
– Hein, que tal? Meto-me eu com pregos?