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A PACIÊNCIA DO CAPELÃO

Na época da Guerra do Paraguai, um capelão após rezar uma missa para as tropas brasileiras, onde proferira uma homilia em que fizera certa citação histórica, juntou-se à roda dos oficiais para conversar.

Um oficial implicante, que, aliás, vivia a atormentá-lo com remoques insolentes, o questionou:

– Padre, como é isto? Se em França nunca houve D. Manuel I, como é que o senhor descobriu este D. Manuel III?.

Apesar de já a ira lhe subir às faces, anda contemporizou o frade:

– Ora esta! Pouco importa a questão do nome do rei, o que vale é a filosofia, a essência do caso! Se não era D. Manuel, seria D. Antônio ou D. José…

– Também nunca os houve em França – redargüiu o pouco amável oficial.

Aí perdeu o bom padre as estribeiras, e respondeu-lhe com veemência:

– Olhe, quer saber de uma coisa? Se não era D. Manuel, D. Antônio ou D. José, seria D… Vá Plantar Batatas ou D… Vá Para o Diabo que o Carregue!

UM AO OUTRO

Um alfaiate vai receber uma conta.

– O patrão não está em casa – diz-lhe o criado.

– Hom’essa! Se o vi agora mesmo à janela?

– Também ele viu ao senhor e por isso foi que desapareceu…

NA GUERRA

Um sujeito contava um episódio da guerra:

– Um dia, afastando-me do acampamento, dei de cara com três soldados inimigos, que investiram furiosamente contra mim. Não hesitei um momento, travei da baioneta e enfiei…

– Nos três inimigos?

– Não; enfiei por um atalho.

CURIOSA

Um viajante ia escrever o nome no registro das entradas da hospedaria duma terra de província, quando uma pulga saltou para cima do livro. Não quis saber de mais nada; pegou outra vez a mala e safou-se a gritar:

– Tenho viajado muito e tenho estado em muitas estalagens más, e as pulgas já me não fazem fugir assim; mas haver uma hospedaria onde as pulgas vêm logo à entrada ver no livro qual é o quarto para onde a gente vai, isso é que eu não posso tolerar!

POR TIMIDEZ

Num tribunal. O juiz para o réu:

– Por que roubou os frangos à queixosa?

– Foi porque não sabia o preço, senhor juiz.

– Perguntasse-o!

– É que sou muito tímido, para com as mulheres!…

DEFINIÇÃO FILOSÓFICA

O mestre-escola interroga a classe:

– Qual dos meninos me diz o que significa nada.

Silêncio profundo.

– Nenhum sabe explicar coisa tão simples?

– Nada, é o que o sr. professor me deu outro dia, quando lhe fui fazer um recado.