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PUXA-SACO
A bajulação, na gíria do Brasil colonial chamava-se “engrossamento”. Depois, na República Velha, passou a ser “chaleirismo” ou “chaleiramento”. O termo parece ter vindo dos aduladores do senador gaúcho Pinheiro Machado, figura política mais influente da sua época, que disputavam a tapa o privilégio de carregar-lhe a chaleira, e repor a água do seu chimarrão.
Só a partir dos anos 30 do século XX, foi que se popularizou o termo “puxa-saco”. O humorista Nestor de Holanda, que escreveu um tratado sobre o assunto (“O Puxa-saquismo ao alcance de todos”), afirma que a origem do termo não é tão escabrosa como pode parecer à primeira vista. Segundo ele, a expressão vem dos tempos em que era moda o casaco folgado, solto, não cintado, conhecido como paletó-saco. Os homens importantes adotaram a moda. Seus bajuladores viviam atrás deles, como que a puxar a ponta do paletó saco.
De qualquer forma, a expressão deu origem a um ditado de extrema sabedoria: “O saco do chefe é o corrimão do sucesso”.
CUIDADO!
Levavam a enterrar um beberrão, que parecia ter sofrido uma morte súbita. Por casualidade, quando o conduziam ao cemitério, passaram junto a um espinheiro. Picaram-no os espinhos, e ele voltou a si de seu letargo, de maneira que viveu ainda quatorze anos mais, embriagando-se e aplicando formidáveis surras na mulher.
Morreu finalmente, e quando o foram enterrar, disse a viúva aos carregadores:
– Por amor de Deus, vizinhos, não passem com o corpo de pobrezinho pelos espinheiros!…
VALENTÃO
Em um combate naval, um soldado escondeu-se no paiol de mantimentos do navio e, terminado o troar dos canhões, pôs a cabeça para fora e perguntou:
– Vencemos a batalha ou fomos feito prisioneiros?
O QUE FAZ O ESTUDO!
Um famoso cirurgião operou os olhos de um pobre agricultor, que estava completamente cego. A operação, segundo o médico, fora realizada à perfeição; porém, ao cego adiantara pouco ao que lhe interessava; que era ver.
Visitando-o certo dia um amigo, perguntou-lhe:
– E então, senhor Raimundo, o senhor vê alguma coisa? Aclarou-se já a sua vista?…
– Que posso lhe dizer? – respondeu o camponês. O senhor doutor, que é homem de muito estudo, diz que eu enxergo muito bem. Eu não distingo nem sequer os vultos, mas como nada entendo de cirurgia, devo estar enganado…
COMO ESTAVA DIZENDO
Um conhecido louco, certo dia encarapitou-se no parapeito da ponte do rio que cortava a sua aldeia, e pôs-se a berrar:
– Nada, homem! Nada, homem!…
Acorreu muita gente crendo que alguém se afogava, e lhe perguntaram:
– O que houve?
O louco respondeu, muito sereno:
– Nada, homem, nada.
COMEÇANDO POR CASA
O Conselheiro Chefe de uma aldeia, cansado das constantes reclamações que lhe eram trazidas pelas mulheres do povoado contra seus maridos, decidiu cortar o mal pela raiz: ordenou que todos os maridos cujas mulheres estivessem insatisfeitas da forma como eles dirigiam os seus negócios e as suas famílias, fossem atirados no rio.
Quando a sua mulher ficou sabendo, perguntou-lhe:
– Marido meu; sabes nadar?
– Não.
– Pois te aconselho que aprendas…