Arquivo da Categoria ‘De 1500 a 1600’
PEQUENA MUDANÇA
O aprendiz de um barbeiro estúpido, cortou o cabelo de um freguês pela primeira vez. Ao terminar, ele chamou o mestre para que julgasse o seu trabalho.
– Não ficou bom, – disse o barbeiro – deixe-o um pouco mais comprido!…
GALO
Um homem, depois de assistir um trovador tocar e cantar em praça pública, com voz aguda e desafinada, saudou-o com estas palavras:
– Salve, Sr. Galo!
O trovador então respondeu-lhe:
– Por que me chamais assim?
– Porque sempre que cantas, as pessoas levantam-se.
A NOVA MEDIDA
Acabava Mem de Sá de fundar a cidade do Rio de janeiro, quando uns mercadores chegados do reino lhe foram pedir permissão para vender vinho. Achando exorbitante o preço pedido pelos comerciantes pelo quartilho (cerca de meio litro) de vinho, e vendo nele uma tentativa de explorar os colonos, ele respondeu:
– Autorizo, com uma condição.
E arrancando o seu enorme capacete:
– Por este preço, há de ser este o quartilho!
Com esta, os mercadores resolveram reestudar o preço do vinho, concedendo uma redução substancial.
Que falta nos faz hoje um Mem de Sá…
OLINDA
Andando com outros por entre o mato, em busca de um lugar em que o seu amo fundasse uma povoação, um galego, criado de Duarte Pereira, foi ter a um monte à beira mar, de onde se divisava um soberbo panorama. E tão encantado ficou com a posição descoberta que, não se contendo, exclamou:
– Oh, linda!
É essa a origem, vulgarmente admitida, do nome que ainda hoje tem a antiga capital pernumbacana.
MENINOS DELICADOS
Na época do Descobrimento, uma das brincadeiras preferidas dos meninos era o “cocles”. Um dos garotos ficava de cócoras, vendado, e os outros lhe aplicavam fortes “cascudos” na cabeça até que ele adivinhasse quem fora. Daí veio o termo cocorote, croque ou cócre, para a pancada na cabeça, com os nós dos dedos.
Entre os jogos apreciados pelos garotos, havia também uma versão da nossa atual “cabra cega”. Com a diferença que, enquanto o menino vendado não conseguisse agarrar um dos outros, os companheiros davam-lhe com um pau.
Lutar com espadas, era também um folguedo apreciadíssimo pelos garotos. As espadas eram grossos sarrafos de madeira!
MATAR ATÉ POR AÍ
Num duelo com espadas de madeira entre dois pequeninos, abrasados de ardor marcial e valentia, um deles exclamou:
– Um de nós há de morrer, vilão! Mas nada de bater nos dedos…