Arquivo da Categoria ‘De 1800 a 1900’

Num banquete da Ajuda, D. Afonso de Bragança, desabotoando a farda, disse, galante, para puxar assunto com a dama que lhe estava ao lado:

– P… m….! Que está calor, condessa!…

No mais puro estilo “D. Pedro I”…

Um cavalheiro aproxima-se de uma atriz que sai do teatro Alcazar, e tirando a cartola respeitosamente, lhe diz:

 – Minha senhora, Vossa Excelência já ceou?

– O senhor é muito amável… Ainda não – lhe responde a moça.

E o cavalheiro, saindo de fininho:

– Ah! Pois desejo-lhe bom apetite.

Dizia uma senhora a um poeta por quem andava louca de amores, depois de ter ouvido uns lindos versos que lhe havia inspirado:

– Sempre tem uma prata na voz, coisa mais linda!…

– A minha pena é que é a única prata que eu tenho. – respondeu-lhe o poeta, que andava sempre a tinir.

Um sujeito rico, mas ignorante, mandou pedir, por um amigo, a filha de certo nobre para casamento. O fidalgo negou-a, respondendo ao emissário:

– Que ele se lembre de que é homem de nascimento obscuro e mal criado!

Ouvindo o recado, disse o pretendente ao seu enviado:

– Volte lá, e provai-lhe que ele está enganado a meu respeito! Pois quanto a nascimento obscuro, eu nasci ao meio-dia do verão; e quanto a mal criado, não sei como isso possa ser, tendo eu mamado três anos a fio!

Certo cura de aldeia pregava sobre a Paixão. Quando chegou a certo parágrafo, em que dizia que Jesus Cristo havia sido preso no Horto das Oliveiras, teve uma mulher que gritou:

– Bem feito!  O que tinha ele que buscar nesse horto? Já tinha se deixado prender ali nesse mesmo lugar, no ano passado!…

Em certa ocasião caiu um raio na capela de um convento. Logo alguém observou:

– Por certo Deus foi clementíssimo com estes padres, em disparar o raio sobre a capela: deste modo salvaram-se todos. Se houvesse atingido o refeitório, não sobraria nenhum!…