Arquivo da Categoria ‘De 1800 a 1900’

Um cavalheiro trajado a rigor, cortejava uma beldade, num salão de festas:

– Vossa excelência consente que eu deposite a seus pés este ramalhete?- foi a resposta ríspida.

– Nunca aceitei ofertas de cavalheiros desconhecidos.

– Também desejava depor esta pulseira…

– Ah! Como o conhecimento começa pela primeira vez, aceito a sua delicada lembrança.

Ajudando um eclesiástico a bem morrer a certo pecador endurecido no vício, exclamou-lhe:

– Lembre-se, irmão, que se arrependendo dos seus pecados e morrendo em graça, verá Jesus Cristo de frente por toda a eternidade.

– Por toda a eternidade! – lhe respondeu o moribundo. – E sempre de frente! Ó padre, não poderia vê-lo também algumas vezes de perfil?…

Uma mulher namoradeira, repreendia ásperamente a seu irmão, por ser jogador como nunca se vira, e melancolicamente reclamava:

– Ora, diga-me, quando hás de tu deixares de jogar?

– Quando tu deixares de namorar – foi a resposta.

 – Bonito! Como que então hás de jogar toda a vida?

O seguinte testamento de um poeta tem incontestavelmente o mérito da concisão:

Não tenho um tostão, devo muitíssimo; o resto deixo para os pobres.

O Cardeal Salviates, Legado Papal na Espanha, nas bodas do Rei Carlos, em jovial conversação, disse: “A França é a terra do orgulho, a Espanha a da malícia, a Itália a da sabedoria, a Inglaterra a da vaidade, e Portugal a da tolice.

O famoso sopranista Ciconi, na sua qualidade de castrado, possuía uma lindíssima voz feminina.

Um dia, numa grande festividade da capela real, enquanto o cantor deliciava os ouvintes com sua formosa voz, a rainha D. Carlota Joaquina voltou-se para o camarista que lhe estava ao lado, e perguntou-lhe:

– Que daria você, marquês, para possuir assim uma voz tão linda?

– Saberá Vossa Majestade que não daria nem a metade do que ele deu… – respondeu o nobre.