Arquivo da Categoria ‘De 1800 a 1900’
INGRATA
Uma dançarina do L’Alcazar, fazendo agora sua fama, veio a receber de seu protetor um magnífico coche de oito molas e um par de cavalos castanhos de grande beleza.
Como ela parecia não manifestar o mais tênue reconhecimento pelo presente, disse-lhe sua mãe:
– Então, mostre-se mais amável! Mais reconhecida! Minha criança; se não por você, por sua mãe, ou ao menos pelos cavalos.
SENDO ASSIM…
Diálogo dentro da cozinha de uma cocotte carioca:
– Catarina, você deve evitar servir-se da prataria para tarefas da cozinha, agora mesmo você mexeu o molho com uma colher de prata.
– Mas, madame, ela já estava suja.
DA MESMA FORMA
– Certamente que eu conheço a moral! – disse um dia mademoiselle Ang… do L’Alcazar, em meio a uma discussão com o seu amante, a quem ela tinha minotaurizado.
– Sim, – respondeu maldosamente o Sr. Comerciante, vítima da tal traição – meio assim como os ladrões conhecem a Polícia.
A POLÍTICA DOS GENROS
No Império, as filhas casadouras dos eminentes senhores ministros, conselheiros imperiais, comendadores, duques, condes, Marqueses e barões, tinham casamento assegurado, por mais feias que fossem. Desde que se comprometessem a primeiro colocar bem os “príncipes encantados” de suas predileções, em cargos públicos de bom rendimento, para depois, então, realizarem os seus sonhos azuis de moça…
PECHINCHA
Dizia um pai de família muito seriamente:
– Cada dia as coisas se põe mais caras; tudo custa um dinheirão!
– Não creia vosmecê, vizinho. Tome vosmecê este jornal e verá que aqui na Corte, por sete reais que ele trazia, deram num homem treze punhaladas.
MALDADE
Estando vários amigos reunidos num café, receberam a notícia de que certo escritor acabava de cair de uma escada em sua casa e tinha quebrado o pé direito.
– Que desgraça! – exclamou um dos amigos – O pé direito!… Já não poderá escrever.