Arquivo da Categoria ‘De 1900 a 1950’

CIRCENSE

O garotinho diz ao avô:

– Vovô, me leva hoje ao circo?

– De maneira nenhuma, meu filho; hoje não tenho tempo.

– Mas vovô, hoje é o único dia em que atuam aquelas mulheres lindas, de maiô, com os tigres.

– Só hoje, é?  Então vamos, porque eu já há muito tempo que não vejo um tigre.

MAIS AINDA

Um pobre homem endividado e perseguido pelos credores, desesperado decidiu suicidar-se, jogando-se no mar.

Um marinheiro, que a tudo assistia, salva-o e lhe diz:

– O senhor deve-me a vida!

Responde o infeliz:

– Era só o que me faltava, mesmo: mais uma dívida!

MALEFÍCIOS DO FUMO

Diálogo entre dois mendigos:

– Deixaste de fumar?

– Deixei. O fumo me faz mal aos rins.

– Aos rins? Essa agora… Tenho ouvido falar que faz mal ao coração, aos pulmões, ao estômago… mas aos rins, não!

– Aos meus. Faz. Cansava-me de me abaixar para apanhar as baganas no chão…

HOMEM EDUCADO

O embaixador de Portugal fora convidado para assistir a uma conferência na Academia Brasileira de Letras. Aconteceu o inesperado. O diplomata da nação amiga, homem idoso e doente, pôs-se a dormir ostensivamente em plena palestra.

Comentário do Barão de Itararé (Aparício Torelly):

– Como se vê é um homem fino. Dormiu só para fingir que escutou o discurso.

RETORNO DE PEDRO I

Quando Milton Campos foi governador de Minas, teve como secretário, Pedro Aleixo. Quando alguém ia pedir ao Dr. Milton qualquer coisa ou reclamar alguma providência, S. Excia. ficava muito sério, batia no ombro do postulante e dizia-lhe:

– Muito bem, mas preciso falar com o Pedro, primeiro.

Ou então:

– Não poderei atendê-lo, sem falar com o Pedro, primeiro.

O Barão de Itararé (Aparício Torelly), disse que Milton Campos tinha restaurado a Monarquia em Minas Gerais, “pois quem pretendesse realizar qualquer coisa, teria sempre que falar com Pedro, primeiro”

ENFIM ENTENDERAM

Nestor de Holanda conta a história do alfaiate cearense que se instalou em Londres, com uma grande tabuleta na porta do estabelecimento: “Mr. Paiva”.

Os fregueses só o chamavam “Peiva”.

Ele trocou a tabuleta para “Peiva”.

Os fregueses passaram a chamá-lo “Piva”.

Ele mudou para “Piva”.

E, aí, voltou a ser “Paiva”…