Arquivo da Categoria ‘Anedotas Históricas e Piadas Populares’
INSTRUMENTO MUSICAL
Dois matutos conversam sobre uma família conhecida deles.
– O pessoal lá do nhô Quim tudo são músico, e dos bão! Nhô Quim toca bandolim, nhá Sinforosa, violão, e o Manequim, pistão na banda municipá…
– E o André? Esse não toca nada?
– Toca sim.
– Que instrumento é, de corda ou de assopro?
– É de corda, o taL. Ele, que é sacristão, toca sino na igreja.
FARMACÊUTICOS
Um empregado deixando o emprego, pediu ao patrão uma carta de recomendação. Mas o patrão viu-se atrapalhado. O caixeiro não estava; o guarda-livros fora jantar; e ele próprio não sabia ler e escrever, embora não dessa demonstração disso.
Resolveu-se afinal o homem e, tomando uma caneta e papel, fez uma porção de riscos, pingos e cortes, imitando letras e assinatura, entregando em seguida o “atestado” ao empregado.
O este pegou no papel, virou, revirou…
– Nunca vi letra ruim assim!
Não conseguindo decifrar o escrito, levou o papel à várias pessoas que ele pensava que talvez pudessem entender tais garranchos: jornalistas, empregados de cartório, advogados… E nada!
Até que alguém dise:
– Impossível! Isto só um boticário pode ler!
E o empregado, pacientemente, dirigiu-se ao farmacêutico.
– O senhor faz favor… Veja isto para mim.
O boticário, prestando muita atenção ao que estava “escrito”, dirigiu-se lentamente ao laboratório, de onde voltou logo depois com uma caixinha na mão:
– Tome uma cápsula de hora em hora e evite sereno…
CHARADA CAIPIRA
Um diz um caipira para o outro, que é metido a esperto:
– Eu quero te fazê uma perguntinha: Duas muié vinham cansada de viagem, cada uma com uma maleta na mão. Entraram num hotel e saíram no mesmo instante. Que horas são, cumpadre?
– Eu sei lá, nunca vi maleta dá hora, cumpadre. Tu tá dizendo bobagem aí…
– Mas escuta bem, cumpadre, escuta bem! Duas muié vinham cansada de viagem, cada uma com uma maleta na mão. Entraram num hotel e saíram no mesmo instante. Que horas são?
– Não sei, home…
– Falta um quarto pras duas, cumpadre!
ECONOMIA
No início do século XX, o Brasil viu surgirem os primeiros automóveis, e… os primeiros atropelamentos! Filinto Lopes, o maior piadista que havia em São Paulo na época, afirmava que, numa emergência, o “choffeur” preferia sempre jogar o automóvel contra um grupo de pessoas, do que sobre uma pessoa só. Explicando:
– É que assim ele mata dois ou três sujeitos, com a mesma gasolina…
CEREAIS VÁRIOS
Emílio de Meneses visitava uma Exposição de Cereais no Rio de Janeiro, em 1904. Entra no recinto um seu conhecido e, vendo Emílio, acena-lhe e grita: “É milho!…” O poeta satírico cofia os bigodes e responde: “Você hoje está com a veia…” Vendo que o outro pretendia escapulir, embarga-lhe os passos: “Não se evada!… É com isso que me in…trigo!” E, plantando-o à força numa cadeira, exclama: “Sentei-o!”
BAIRROS PRÓXIMOS
Certa vez o velho ator Amaro seguia, todo altaneiro e empertigado rumo à casa, pelas ruas da cidade. Eis que, da porta do seu estabelecimento de secos e molhados, um lojista conhecido, reverente, o saudou à passagem.
E ele, prontamente:
– Boas tardes, Sr. Catumbi!
– Perdão… sou Estácio…
– Ai sim, tem talvez razão, desculpe… Mas como são estações quase pegadas…
Disposto a não mais cometer essa gafe, decidiu Amaro sempre ler o nome do proprietário na fachada da loja, antes de responder ao cumprimento. Assim que, pouco adiante, saudou o homem à porta:
– Boas tardes, Sr. Borges & Irmãos!